9 de dezembro de 2012




O silêncio das noites escuras já não me assusta mais, nem vigio mais a lua pela janela, hoje não é mais preciso, já lá vai o tempo. Nunca mais o meu conhaque me enlouqueceu nem cantaram mais os bêbados do centro da cidade. A noite ainda é a mesma, mas o vento não bate mais , não tem sirene, batidas e gatos ronronando. A lua mudou, hoje tão tímida e amarela, escondendo-se nas nuvens, fingindo que não está ali.
Sei que também finjo como os outros, finjo até pensar que sou eu mesmo. Menti tantas vezes fingindo, fingi que era até de noite, e de noite mentia um pouco mais. Ninguém tem culpa se somos dois feridos, não há razão. De tanto medo e receio fui-me guiando por um rasto torto e desconhecido, não queria agredir nenhuma rosa. Só sei que vai chegar um dia, que não vou mais suspirar com teu nome, nem haverá mais nós na garganta, quando o fogo virar fim de vela.

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