“Permaneci deitada. As lembranças invadiram a minha mente. Queria apagá-las, mas isso já era pedir o impossível. A dor no meu peito latejava, era como mil agulhas sendo enfiadas lentamente no coração. Perguntei porque aquilo tinha que acontecer. Todas aquelas coisas que estavam a acontecer comigo. Justo comigo, que era tão frágil. Olhei para o meu braço. As cicatrizes ainda estavam lá. As pessoas  criticam por isso, mas não havia feito nada de errado, apenas trocara a dor de lugar. As lágrimas, como boas companheiras, encheram os meus olhos, escorreram pelo meu rosto e caíram sobre o chão gelado. Enxuguei as lágrimas, recompus-me, tentei colocar o meu melhor sorriso falso, levantei-me sem nenhuma vontade, vesti a minha roupa de felicidade e caminhei para mais um dia de mentiras, palavras monótonas e caos.”