16 de dezembro de 2012


“Doeu. Meu Deus, como doeu ter visto aquilo. Por dentro eu estava muito mal, completamente destruída e frágil. Por fora estava uma armadura, forte e inquebrável. Engoli a seco, estalei e aquele nó continuou lá, entalado. Quis gritar, mas somente sorri. Fiquei com aquilo preso dentro de mim o dia inteiro, aquele nó sufocava-me a cada minuto, a vontade de desaparecer aumentava e era devastadora. Mas à noite, fiquei ali, dentada na minha cama, e mesmo tentando dormir e não lembrar mais daquilo, aquilo ficou a sufocar a minha mente, inevitável, veio uma lágrima, duas, três … . 
Fiquei quieta, chorando baixinho até vir o sono e no dia seguinte acordei com um sorriso no rosto e percebi que mesmo passando a madrugada inteira a chorar, aquele nó na garganta, aquele grito abafado e aquela vontade de desaparecer, na verdade, aumentaram cada vez mais.”

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