3 de fevereiro de 2013




"Eu tento todo dia. Eu acordo com esperanças, eu sigo o dia com optimismo e enquanto a luz do sol ainda está presente eu mantenho a confiança. Mas quando a noite chega e não há mais luz eu quebro. Esta dor é muito real, e estas feridas nunca saram. Dor. É essa a palavra que define o que eu sinto. E há pessoas que acreditam em mim, mas a maioria está nas batalhas das suas próprias vidas, tentando manterem-se de pé. E eu também estou, só que para mim está mais difícil, bem mais difícil. E o meu ninguém vê. Eu escondo tudo, e luto todo os dias sozinha. À noite eu choro, ou quase toda noite, eu choro sozinha. E a vontade de desistir de tudo bate sempre á minha porta quando estou sozinha e a minha cabeça está neste sofrimento. É uma batalha diária, do acordar ao adormecer. E só passa quando eu estou a dormir. Mas quando estou acordada tudo que eu sinto é dor. Estou cansada já faz tempo, e eu cheguei ao meu limite faz tempo. Mas existe sempre uma força maior que me diz para não desistir.
É difícil manter-me assim: optimista , positiva. Imagina manter-me confiante. Não dá. A minha dor é uma dor de verdade, é uma dor real. Eu torno-me cada vez mais humana por estar em contacto com a dor. E além de ser real, é forte e é como se sentisse o mundo inteiro por meio dela. Por saber o que é dor, toda a dor que eu leio nos olhos dos outros, eu sinto também. Porque eu sei como é. E não passa. Parece que nunca irá passar. Ninguém sabe como é estar nesta batalha comigo mesma. E estes pensamentos fantasmas que assombram a minha cabeça a toda hora e esta dor que acompanha o meu coração todo o dia e esta luta que parece que já foi perdida estão a acabar com toda a esperança em mim. Já cansei de chorar, já cansei de pedir, de implorar para Deus para que as coisas melhorem, cansei de cair e lamentar, cansei de tanto sofrimento. Eu sei que não mereço isto. E não sei o que vem depois disto. Certas coisas deixam-nos sentindo-nos perdidos. Mas isso só me deixa mais focada no que eu realmente quero. E para agora eu quero que isto pare. Eu quero curar, eu quero sarar.  Eu quero parar de ter medo do que os outros vão pensar se virem as cicatrizes da minha dor. E não quero mais sentir-me sem valor, sem saída e anormal. Eu não gosto de quando olho-me no espelho e há uma maldição assombrando-me. Eu simplesmente não mereço passar por algo assim.

2 comentários: